​Cerrado Abierto nasce do desejo de revelar o Mato Grosso do Sul em sua complexa tessitura de corpos, vozes e paisagens. Somos um ponto de encontro no coração do continente — fronteira com Paraguai, Bolívia e múltiplos Brasis.

Nosso nome é um paradoxo fértil: a resiliência do Cerrado se move pela ideia de ser Abierto — aberto à mistura, à invenção e ao imprevisível.

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Não fixamos o território em uma imagem estática, mas o vemos como um arquipélago de existências que se pertencem pelo diálogo e pelo fluxo. Essa dança de ir e vir é o nosso convite.

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E, como lembrou Manoel de Barros, “transformar o olhar é o começo da emancipação".

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O Corpo Como Abertura Queer

Nesta edição, abrir é verbo e manifesto. É um gesto sobre o corpo, o gênero e a sexualidade — uma presença insurgente das dissidências. Celebramos a Potência Queer, aquilo que rompe os limites do visível e desorganiza as certezas sobre o que um corpo pode ser.

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A dança contemporânea é aqui o espaço livre para a dissidência e para a beleza de ser quem se é — nossa coreografia de liberdade. As artes cênicas são uma ferramenta poética-política: elas subvertem a restrição e manifestam a riqueza das existências plurais.

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O que está à margem não é ausência, mas excesso de mundo — campo fértil onde a vida insiste em criar. Como diz bell hooks, a margem é um “espaço radical de possibilidade”, onde a arte não pede permissão, mas se afirma como presença. 

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Cerrado Abierto é a certeza: toda fronteira é feita para ser dançada e atravessada.